terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Socorro

prende.
sufoca.
desnutre.
enche.

traz pelas veias excreto.

enquanto o outro te expulsa rasgando tal como o decreto de alma.

que,
com cuidado,
abafa e tranquiliza.

esmaga todo teu egoísmo desvalido,
na medida que és estrangulado em teu próprio afogamento.

— Ana Paula Barbosa

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Deixando Mágoas Pra Trás

Hoje é dia 12/01/16 e eu teria tudo pra dizer que esse tá sendo desagradável ou que esse período tá sendo ruim pra mim, mas a verdade é que nós podemos mudar a perspectiva como vemos as coisas.
2015 foi um ano maravilhoso de mudanças de atitudes, de começar um curso que é nutrição, de começar a cantar e partilhar a vida ao lado de uma pessoinha bastante especial.
Mas ainda havia traumas de 2014 guardados que só poderiam ser trabalhados com conversas francas com quem me magoou.
Então, foi isso que fiz. Juntei todos os caquinhos do meu core, tentei organizar minha mente pra entender como eu tava me sentindo e levei toda essa minha confusão mental pra conversar com quem me feriu.
É importante lembrar que não devemos aceitar sermos tratados de qualquer forma por alguém, mas precisamos entender que somos humanos e que comentemos muito erros (nem sempre tentando acertar, mas uma hora ou outra, o arrependimento sempre vem).
Conversei. Entendi. Resolvi.
Pronto. Isso me tirou um peso enorme das costas, porque, querendo ou não, é sempre pior manter sentimentos negativos, eles nos impedem de seguir em frente. Essa experiência me fez valorizar mais ainda as pessoas que estão em minha vida e a relevar mais coisas que, de certa forma, são insignificantes.
Que olhemos mais pras coisas realmente importantes da vida, que consertemos aquelas situações que culpamos os outros mas que, de certa forma, nos permitimos ser afetados.
O que afeta você? Aliás, o que você pode fazer pra que isso não te afete mais?

sábado, 8 de agosto de 2015

Mocinha

A vida sem ilusões não teria a mesma graça.
Graça?
Que graça o sussurros da menina que corre.
Corre, menina, corre!
Caiu!

Cuidado, menina, cuidado!
Se tu andar na rua sozinha assim vai chamar atenção.
Cuidado, menina, cuidado!
Se te virem na rua com essa roupa podem querer te pegar.
Cuidado, menina, cuidado!
Preserve a tua honra!
Não reclame! Obedeça!
Não fale demais porque homem não gosta de mulher tagarela.
Mantenha-se mocinha para o seu marido.
Se não, quem vai te querer?
Quem vai te enxergar com bons olhos?

Fode, puta, fode!
O corpo é teu, tu mostra se quiser e ninguém tem nada com isso.
Fode, puta, fode!
Preserve boas relações e não dê ouvidos a quem acha que o valor da mulher resume-se à um lacre.
Fale! Não falo!
Dê pra quem quiser e quando quiser.
Nunca deixe que os outros exerçam poder sobre o teu prazer.

— Ana Paula Barbosa


sexta-feira, 24 de julho de 2015

É foda

e gritam:
— puta, suja, imunda!

ela responde dando, pouco se fodendo
aliás, fodendo — e muito!
porque dentro
é só uma mulher com vontade

— Ana Paula Barbosa

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Não é, foi, mas não é.

Tento inutilmente encontrar explicação para o que não é. Fatalmente nem versos consigo escrever. Só jogo palavras soltas em frente ao computador. Sequei. Ceguei com a dor. Fechei meus olhos para que não pudesse senti-la. Mentira.Contraditório, não? Em outros tempos disse que busco uma dor antiga para sanar uma nova. Tentei. Falhei. Mudei de ideia. Do nada sentei, não chorei, não consegui.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Dois, Mas Quase Seis

É porque não há nada que
faça nossos espíritos atacarem-se.
Entrelaçam-se como uma melodia sadia, e,
com energia,
juntos esperam o nascer do novo dia
e anuncia
que harmonia não é.

Brincam de verso e prosa
até a hora do café
por que o sono por mais que seja precioso
sonho e poesia não é.

— Ana Paula Barbosa e Thales Ferreira

terça-feira, 7 de abril de 2015

Primeiras Impressões

É que não há nada
que faça nossos espíritos atacarem-se.
A energia é perfeita, e,
sinto como se estivéssemos conectados.

Mesma melodia, e,
por favor,
não confunda com harmonia, 
pois em nós
há momentos de discordância,
que facilmente são resolvidos.

Porque não existe mais eu,
nem mais você,
só o mais nós.


— Ana Paula Barbosa